segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vida que segue

Dá pra virar essa página? Esse ano de 2014 e já pular para 2015?

Hoje fico avaliando, acho que depois que eu realmente conheci o espiritismo a minha vida tem se tornado mais complexa. Se eu não soubesse que a vida continua, que essa existência terrena é apenas uma das milhares de etapas que o nosso espírito vivencia, e que estar encarnado é ter que trabalhar, no amor, na caridade, no bem ao próximo e buscar progredir sempre, eu juro, se eu não soubesse disso, eu já tinha jogado tudo pro alto. Já tinha voltado pra casa, sumido no mundo, virado hippie e me afogado em lágrimas.
Mas, pra que fazer tudo isso? Pra que desperdiçar toda uma reencarnação?
A solução é parar de pensar enquanto Flávia corpo e pensar enquanto Flávia espírito livre e imortal. Se eu me apegar aos acontecimentos, me afundarei em depressão, tristeza e mágoas.
Mas, não é essa a minha missão. Aliás, a missão de ninguém na terra é ser triste, infeliz. Deus é pai, ele é Todo Poderoso, justo, ele jamais daria uma oportunidade melhor para um filho e deixaria o outro sem nada, pois assim como os nossos pais, Deus dá de forma igual a todos os seus filhos, mas cada filho decide que caminho seguir e se vai usar ou não o que Deus lhe ofereceu.

Por isso, eu quero usufruir de tudo o que Deus disponibilizou pra mim: Amor, alegria, paz, equilíbrio, saúde, fé, caridade e poder. Isso mesmo, PODER. Se eu sou filha Dele que é o todo poder, naturalmente eu herdei o poder sobre a minha vida, o poder do livre arbítrio, o poder de escolher quem eu quero ser, aonde eu quero ir, o que eu quero fazer, o poder de arcar com as consequências, o poder de me corrigir, de me melhorar a cada dia em uma profunda reforma íntima, mas principalmente, o poder de ser feliz.

Obrigada Deus, por me mostrar o verdadeiro caminho, o real sentido de estar aqui nessa terra, passando por todas essas provações e principalmente por me mostrar que absolutamente nada é em vão, tudo o que for plantado aqui, será colhido aí, em abundância, no plano espiritual, o plano eterno.

* Cuida bem da minha mãe daí, orientando espíritos de luz para cuidar dela, explicando tudo o que eu não tive tempo de explicar daqui.


sábado, 12 de julho de 2014

Catando os cacos

Desde Novembro do ano passado que não revisitava o meu próprio blog. Hoje, depois de praticamente 8 meses, consegui ter esse tempo comigo mesma.
Ao abrir o meu diário virtual, eu me assustei, essa tal Dona Amora me parece tão distante, fiquei triste ao perceber que pelo menos nesse instante, essa não sou mais eu, tudo me pareceu feliz demais para ser meu. E eis que aqui, eu me apavorei mais ainda. Afinal de contas, quem sou eu?
É uma mistura de não me reconhecer nas histórias da minha própria vida com ter a estranha sensação de que eu vivi até Novembro de 2013 e depois eu apaguei, e agora, depois de um longo e pesado sono, eu acordei, do outro lado do mundo, de volta ao Brasil, me sentindo pesada, infeliz, perdida, sem mãe e com um pai precisando dos meus cuidados, mesmo eu não tendo a mínima condição de cuidar de mim mesma, sem nenhuma noção do que aconteceu, como vim parar aqui e o que eu tenho que fazer.
Ei, não dá pra me dar um tempinho? Pelo menos para eu me sintonizar, acordar direito e conseguir raciocinar tudo o que aconteceu??
Mas, a resposta que a vida me deu, foi um belo de um NÃO.
Só que pra mim, esse NÃO soou como um "não, se vira, da um jeito, foda-se o resto, foda-se você, isso que vc quer é luxo demais, vai ali lave o seu rosto e já está de bom tamanho, e faça seu serviço direito hein?"
E agora?
Pra quem que eu grito? Pra quem que eu peço SOCORRO, me tira daqui?? Cadê minha mãe?? Eu quero voltar pra minha vida, eu tenho casa, marido, eu estudo, trabalho, eu era feliz....... EEEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII....

Não adianta chamar, é em vão.
O jeito, foi me acostumar com esse pesadelo todo. Seguir catando os caquinhos que ficaram espalhados pelo chão. Chorar? De nada adianta. Desesperar? Menos ainda.
Por isso, clamei a Deus, que me desse sabedoria e muita fé para passar por todas essas turbulências, que Ele com Sua misericordiosa sabedoria e amor de pai, me guiasse e me ajudasse a confiar Nele e ficar em paz.
Isso funcionou, até porque eu tinha duas saídas, Deus ou enlouquecer e morrer.
E confesso que mesmo tendo escolhido a primeira opção, muitas vezes eu quase enlouqueci e várias outras quis morrer.
A verdade, é que numa dessas, você está sozinho. Por mais que alguns queiram te ajudar (e ajudam fisicamente), ninguém consegue te ajudar psico-espiritualmente. As pessoas tem sempre um texto pronto na ponta da língua. Eu me esforçava para dizer aos outros que estava tudo bem sempre que me perguntavam, mas, quando eu resolvia não mentir e desabafar, a resposta era sempre a mesma: "Vc tem que confiar em Deus, você não pode ficar assim, estamos aqui pra te ajudar, a sua mãe faria o mesmo por você".
Na hora eu ja me arrependia de ter aberto a minha boca, por isso era sempre mais fácil dizer que estava tudo bem, porque as pessoas não tem o poder de te ajudar e mesmo se tivessem, acho que elas nem saberiam como, porque essas frases padrão não ajudam em nada, pelo contrário, da vontade de falar: "Eu não preciso que ninguém me fale para ter fé em Deus, para confiar que tudo é a vontade Dele e não a minha. Você acha que se o meu lado racional não soubesse disso eu ainda estaria de pé e sã? Eu ja teria surtado. Mas acontece que existe um lado dentro de mim chamado Irracional, que é o lado das emoções, aonde a razão não tem muito espaço e aonde eu não consigo ter o mínimo controle. O meu racional lê muito, estuda o espiritismo, e é por isso que eu estou aqui, mas o meu irracional está arrasado, fraco e apavorado. Então eu não preciso de aula, sermões ou frases de livro de auto ajuda, eu preciso é falar, desabafar, chorar, xingar, esmurrar uma parede, entendeu?"

Termino esse desabafo, com essa música que está tocando aqui repetidas vezes enquanto eu deixo com que os meus dedos digitem o que o meu coração dita.

Bem, como vai você?
Levo assim calado, de lado do que sonhei um dia,
como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar.
Poderia até pensar que foi tudo um sonho,
ponho o meu sapato novo e vou passear,
sozinho, como der, eu vou até a beira.
Besteira qualquer não choro mais,
só levo a saudade morena, que é tudo o que vale a pena.