quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A novela da vida real

Quando eu retornei ao trabalho no Café, meu chefe me disse que a Sara (uma menina da Espanha que trabalha conosco) também teve um problema com seu pai e teve que ir correndo pra Espanha em Abril desse ano. Fiquei curiosa em saber o que houve, mas preferi perguntar diretamente pra ela assim que trabalhássemos juntas.
Hoje, eu perguntei a ela como estava seu pai. Ela me olhou com uma cara de assustada e me disse que ele tinha morrido, e por isso ela foi pra Espanha e ficou 2 meses e meio lá.
Eu disse que sentia muito, que minha mãe também tinha morrido e assim o assunto acabou.
Percebi que ela ficou muito incomodada com o assunto e fiquei matutando se eu deveria pedir desculpas ou simplesmente deixar pra lá.
De repente, ela veio me contar como tudo aconteceu: seu pai estava esperando o trem e não sei exatamente o que houve, se ele caiu no trilho sei la, mas o trem pegou ele e ele morreu.
Fiquei muito surpresa com a história, ela encheu os olhos de lágrimas e começou a desabafar, eu tbm me emocionei e contei pra ela como tinha sido a minha história. Fiquei muito comovida, porque foi um trauma muito grande pra família dela.

Enfim, acabei me sentindo a vontade para desabafar, entre várias coisas, eu disse a ela o quanto me incomodava os meus "amigos" daqui não quererem falar sobre isso comigo. Desde que eu cheguei, eu esperava que ao reencontrar as pessoas, elas me perguntassem como eu estava, como tinha sido tudo, sei lá, se demonstrassem interessadas na minha dor. Mas, isso nunca aconteceu, as pessoas simplesmente nao tocam no assunto, é como se eu tivesse ido passar férias no brasil e voltado, como se eu tivesse que ser completamente normal, sem marcas, sem traumas, sem feridas ainda expostas....
Foi quando ela chorando me disse que sabia exatamente o que eu estava falando, ela começou a expor o que acontecia com ela e eu tambem fui me identificando... As duas chorando....

Pra mim foi tão bom, mas taaaaoo bom poder encontrar alguém que realmente me entenda, que sabe que eu não estou querendo chamar atenção ou me fazer de coitadinha, eu simplesmente não aguento mais ser forte o tempo todp, e a ferida ainda esta aberta, cicatrizando, mas ainda dói. E eu quero falar sobre isso, porque as pessoas não vêem isso?
Por isso sinto tanta falta dos meus amigos, aqueles que me conhecem, que realmente se importam comigo. Espero construir amizades (verdadeiras) por aqui logo.

Mas, enfim, não estou triste e muito menos deprimida, estou muitooo feliz e agradecida a Deus por essa conversa aliviadora com a Sara.



Nenhum comentário:

Postar um comentário